O guardanapo que garantiu a primeira transferência de Lionel Messi para o FC Barcelona vai ser leiloado em março, com um preço inicial de 300.000 libras (350.000 euros).
A 14 de dezembro de 2000, no meio de preocupações e hesitações no seio do FC Barcelona relativamente à contratação de Lionel Messi, um jovem de 13 anos, o diretor de futebol do clube na altura, Carles Rexach, tomou medidas decisivas.
Enquanto almoçava no clube de ténis Pompeia, em Barcelona, e tendo acabado de receber um telefonema frenético do pai de Messi, Jorge, que ameaçava levar o filho de volta para a Argentina, Rexach improvisou e pegou na única ferramenta disponível nas proximidades – um humilde guardanapo de papel.
Nesse guardanapo, esboçou à pressa um acordo que iria alterar para sempre o curso da história do futebol.
O contrato escrito, com as assinaturas de Rexach, Josep Minguella (o conselheiro que ajudou na viagem de Messi desde a América do Sul) e Horacio Gaggioli (o agente argentino que deu forma ao negócio), provou ser a génese da carreira profissional de Messi.
O menino de Rosário marcou 672 golos em 778 jogos pelo clube espanhol, conquistou oito Bolas de Ouro e consolidou o seu estatuto de maior futebolista de sempre.
Agora, o guardanapo histórico estará disponível para licitantes privados em março, através da casa de leilões britânica Bonhams, com um preço inicial de 300.000 libras (351.000 euros).
“Este é um dos objectos mais emocionantes com que alguma vez lidei”, afirmou Ian Ehling, responsável pelos livros e manuscritos da Bonhams New York.
“Sim, é um guardanapo de papel, mas é o famoso guardanapo que esteve no início da carreira de Messi. Mudou a vida de Messi, o futuro do Barça e foi fundamental para proporcionar alguns dos momentos mais gloriosos do futebol a milhares de milhões de adeptos em todo o mundo”.
Desde a sua assinatura, o guardanapo, que mede apenas 16,5 x 16,5 cm, permaneceu sob a posse de Gaggioli, guardado num cofre em Andorra.“Este é um dos objectos mais emocionantes com que alguma vez lidei”
O contrato no guardanapo, marcado a tinta azul, afirma: “Em Barcelona, a 14 de dezembro de 2000 e na presença de Minguella e Horacio, Carles Rexach, diretor desportivo do FC Barcelona, aceita, sob a sua responsabilidade e independentemente de quaisquer opiniões divergentes, a contratação do jogador Lionel Messi, desde que sejam respeitados os montantes acordados”.
Rexach recordou à ESPN numa entrevista de 2020: “Disse a Jorge (pai de Messi) que a minha assinatura estava lá e que havia testemunhas, que com o meu nome assumiria a responsabilidade direta, que não havia mais nada a falar e que tivesse paciência durante alguns dias porque Leo já se podia considerar um jogador do Barça”.