O Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi Tshilombo, 60 anos, foi reeleito para um segundo mandato de 5 anos. O anúncio foi feito domingo no centro Bosolo, em Kinshasa, por Denis Kadima, presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente (ICENI).
“Foi eleito a título provisório o candidato nº. 20, Félix Tshisekedi, com 13.215.365 votos”, declarou Denis Kadima. Os números equivalem a 73,34% do total de votos válidos. Na segunda posição, com menos de dez milhões de votos ficou classificado Moïse Katumbi, ex-governador da província de Katanga.
Considerado um dos homens mais influentes da RDC, Katumbi mereceu a preferência de 3. 258.538 eleitores activos, perfazendo 18,08% dos votos. Conforme deixava antever a tendência da votação, Martin Fayulu ficou na terceira posição, com 960.478 mil votos.
Os números são muito inferiores aos do pleito eleitoral passado, em que o candidato, até então considerado líder da oposição, perdeu para Félix Tshisekedi por cerca de um milhão de votos de diferença.
Adolfo Muxito e Denis Mukwege, ambos com cerca de 39 mil votos (0,22%) ficaram nas posições imediatas. A nota de realce é a ascensão do ginecologista Denis Mukwege para um lugar com alguma visibilidade política.
Apesar de todo o prestígio nacional e internacional, parte dos congoleses entende que o Prémio Nobel da Paz em 2018 deveria manter-se distanciado da corrida ao poder, por causa dos feitos que lhe concedem o estatuto de “autoridade moral”. A posição foi defendida ao Jornal de Angola pela candidata Joelle Bille, que, a poucos dias da eleição, desistiu da corrida presidencial para apoiar Félix Tshisekedi.
De acordo com a CENI, cerca de 18 milhões de congoleses exerceram o direito de voto, evidenciando uma taxa de participação de 43% dos eleitores inscritos.
Durante a campanha eleitoral, que decorreu de 19 de Novembro a 18 de Dezembro, Félix Tshisekedi fez 53 comícios nas 26 províncias da RDC. A proclamação dos resultados deve ser feita no dia 10 de Janeiro pelo Tribunal Constitucional, depois de analisados os recursos e eventuais reclamações apresentados pelos contestatários.
Enquanto a CENI apela aos candidatos a recorrerem ao Tribunal Constitucional para apresentar as evidências das alegadas fraudes, em obediência à Lei Eleitoral e disposições constitucionais, Moïse Katumbi, Martin Fayulu e Denis Mukwege, crítico ferrenho do primeiro durante a campanha eleitoral, rejeitaram tal possibilidade.
Nas ruas de Kinshasa e das principais cidades do país, muitos cidadãos saíram à rua para celebrar a vitória de Tshisekedi. Em Lubumbashi, principal bastião de Moïse Katumbi, segundo uma fonte contactada pelo Jornal de Angola, havia acalmia e moderação. Os próximos dias poderão ser reveladores, sobretudo no sentido de constatar se a RDC vai ou não conhecer a segunda transição pacífica da sua história.
Antes das 14h00, o centro Bosolo, de onde a CENI fez a divulgação dos resultados parciais da eleição presidencial, começou a registar grande afluência de convidados. Diplomatas de várias representações acreditadas na RDC, observadores locais, jornalistas e analistas políticos já se encontravam no local, cujo nomeBosolo, em lingala, significa “Verdade” na língua portuguesa.
Entretanto, nove candidatos da oposição, incluindo Martin Fayulu, Moïse Katumbi, Denis Mukwegi e Théodore Ngoy, o menos votado, apelaram domingo à população a protest