Confrontado com a decisão do Níger de manter as suas fronteiras fechadas, apesar do levantamento das sanções da CEDEAO, o Benim interrompeu os embarques de petróleo bruto nigeriano do terminal Sèmè Kpodji, localizado no porto de Cotonou. Esta medida será, portanto, levantada pelas autoridades beninenses, sob reserva da reabertura das fronteiras do Níger.
Com efeito, apesar do levantamento das sanções da CEDEAO e da reabertura da sua fronteira em 26 de Fevereiro de 2024 pelo Benim, o Níger mantém a sua posição, mantendo assim as suas fronteiras fechadas, dificultando os fluxos comerciais entre os dois países. Perante esta desilusão, e tendo recebido os primeiros litros de petróleo no seu porto, bombeado em Agadem, no Níger, Cotonou decidiu bloquear o trânsito.
Como resultado, os navios destinados a exportar este petróleo estão agora bloqueados. O embaixador chinês no Benim, Peng Jingtao, e a empresa gestora do gasoduto, Wapco, foram informados desta decisão.
Produção de petróleo no Níger
O petróleo nigerino deve passar por um oleoduto de 1.980 km de extensão, incluindo 675 km em território beninense. Depois de atingir a capacidade projetada, o oleoduto fornecerá até 90 mil barris de petróleo por dia, longe dos grandes produtores de petróleo da África, como Nigéria, Angola… Financiado pela China National Petroleum Corporation (CNPC), o petróleo bombeado para o oleoduto vem do campo Agadem, administrado pela Corporação Nacional de Exploração e Desenvolvimento de Petróleo e Gás da China, uma subsidiária da CNPC.
O governo do Níger anunciou que obteve 400 milhões de dólares do seu parceiro chinês, como um “adiantamento” nas suas próximas vendas de petróleo bruto, cuja comercialização deverá começar em Maio. De acordo com muitos observadores, estes ganhos financeiros inesperados permitirão às novas autoridades operar a administração durante os próximos meses. O Benim também beneficiará de receitas fiscais.