Na madrugada de domingo, 16 de março de 2025, um incêndio devastador atingiu uma discoteca na cidade de Kocani, no leste da Macedónia do Norte, deixando 59 mortos e mais de 150 feridos. A tragédia, uma das piores da história recente do país, gerou uma onda de condolências internacionais e uma investigação sobre corrupção e negligência nas autoridades locais.
O incêndio deflagrou por volta das 2h30 da manhã, durante um concerto de um grupo pop local. O ministro do Interior, Panche Toshkovski, revelou que 39 vítimas fatais foram identificadas até o momento, mas o número de mortes pode aumentar, já que 20 pessoas ainda estão em estado crítico. As causas das mortes incluem queimaduras, inalação de fumaça e uma debandada descontrolada na tentativa desesperada de escapar. Entre as vítimas estavam jovens, incluindo uma pessoa de apenas 16 anos.
Marija Taseva, uma das sobreviventes, relatou momentos de pânico enquanto tentava fugir pelas escadas, sendo pisoteada na confusão. “Consegui sair de alguma forma, mas mal conseguia respirar”, disse, visivelmente emocionada. Ela perdeu a irmã no incêndio e passou a noite à porta de um hospital, buscando informações sobre os familiares desaparecidos.
O incêndio causou o desabamento parcial do telhado da discoteca, dificultando ainda mais as tentativas de fuga. Em resposta à tragédia, as autoridades realizaram uma investigação imediata e detiveram 15 pessoas para interrogatório, após descobrirem que o estabelecimento funcionava sem a devida licença e com uma capacidade de público bem superior à permitida. Segundo o ministro do Interior, há fortes suspeitas de corrupção e suborno envolvidos na operação da discoteca.
Líderes internacionais, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, enviaram mensagens de solidariedade e apoio ao povo da Macedónia do Norte. O Papa Francisco também expressou suas condolências, pedindo conforto para as vítimas e suas famílias.
No país, a dor é palpável. Familiares de vítimas aguardavam informações nos hospitais, enquanto o presidente da Macedónia do Norte, Gordana Siljanovska-Davkova, visitava os feridos. Em um gesto de apoio, o governo declarou sete dias de luto nacional.
A tragédia também trouxe à tona as questões de corrupção que afetam o país. O primeiro-ministro, Hristijan Mickoski, declarou que a corrupção sistêmica precisa ser enfrentada de forma urgente. “Se o sistema não se desmoronar, o país nunca existirá”, afirmou, reforçando a necessidade de uma mudança profunda.
Em resposta à tragédia, o governo ordenou uma inspeção geral de todas as discotecas no país nos próximos dias, com o objetivo de evitar futuros acidentes e responsabilizar os envolvidos em atos de negligência.
A perda de vidas em Kocani é uma tragédia incomensurável, e a dor das famílias afetadas é imensurável. Agora, resta à Macedónia do Norte não só lidar com as consequências dessa catástrofe, mas também enfrentar as questões estruturais que permitiram que ela acontecesse.