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Especialista defende reformas profundas no SINSE e SIC para garantir neutralidade dos serviços de segurança em Angola

by Marcelino Gimbi

Luanda — As recentes denúncias divulgadas por Carlos Alberto, no portal “A Denúncia”, sobre alegadas práticas irregulares no Serviço de Informações e Segurança do Estado (SINSE), voltaram a colocar no centro do debate público a necessidade de modernizar e despartidarizar os órgãos de defesa e segurança em Angola. A reflexão é aprofundada por Denílson Duro, que alerta para o impacto destes problemas na consolidação democrática do país.

Segundo o analista, o silêncio institucional do SINSE a respeito de possíveis vigilâncias políticas, assim como o envolvimento do Serviço de Investigação Criminal (SIC) em matérias de opinião pública, revela a falta de mecanismos eficazes de fiscalização e responsabilização — ferramentas consideradas essenciais em qualquer Estado Democrático de Direito.

Denílson Duro sustenta que o problema não é pontual, mas estrutural. Para o especialista, a vulnerabilidade dos serviços de inteligência angolanos à influência partidária afeta a credibilidade das instituições e pode configurar violações constitucionais, abuso de poder e erosão da confiança pública.

SIC apontado como “polícia política informal”

Outro ponto crítico destacado é o alegado desvio de funções do SIC, que, segundo denúncias, tem intervindo em assuntos que não constituem crimes, mas expressões de opinião ou críticas políticas. Essa actuação, afirma o analista, contraria princípios fundamentais de legalidade e independência que devem orientar serviços de investigação.

Modelos internacionais que Angola ainda não implementou

O estudo apresentado compara a realidade angolana com experiências internacionais:

Reino Unido: controlo parlamentar rígido e ausência de interferência partidária nos serviços secretos.

Estados Unidos: limites legais reforçados após casos de abuso, com auditorias externas e fiscalização do Congresso.

África do Sul: órgãos independentes de investigação de abusos, como o IPID, garantindo responsabilização pública.

Reformas consideradas urgentes

Denílson Duro apresenta um conjunto de medidas que considera essenciais para reforçar a independência e a credibilidade das instituições de segurança:

1. Reforço legal contra a partidarização, com punição para ingerências políticas.

2. Criação de uma comissão de fiscalização independente, com poderes de auditoria e investigação.

3. Mandatos fixos para dirigentes, evitando exonerações por conveniência política.

4. Proteção efetiva para denunciantes internos, garantindo anonimato e segurança laboral.

5. Formação contínua em direitos humanos e ética profissional.

6. Publicação anual de relatórios de transparência, com dados operacionais e gastos.

7. Criação de um órgão civil autónomo para investigar abusos dentro dos serviços.

8. Separação clara entre inteligência e disputas políticas, proibindo vigilância sobre rivais partidários e cidadãos críticos do governo.

Democracia depende de instituições fortes

O especialista defende que reformar o SINSE e o SIC não enfraquece o Estado, mas protege-o de usos indevidos e garante um futuro democrático mais estável. Para Denílson Duro, este é um “ponto de viragem” que exige coragem política e compromisso com a legalidade.

A análise conclui que transparência, neutralidade institucional e fiscalização independente são indispensáveis para fortalecer a confiança dos cidadãos e consolidar o Estado de Direito em Angola.

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