Luanda – Cresce o descontentamento entre os moradores do município dos Mulenvos, em Luanda, devido à construção de um muro de betão junto à linha férrea, que está a bloquear as principais passagens utilizadas diariamente por centenas de cidadãos. A situação tem levado a manifestações de protesto e a promessas de ações diretas nos próximos dias, como a destruição parcial do muro.
Fonte: O Decreto
De acordo com os moradores, a barreira está a dificultar o acesso a paragens de transporte, centros de saúde, escolas e zonas comerciais, comprometendo a mobilidade da população local. Entre os pontos críticos agora de acesso limitado estão locais como o Término dos Autocarros, Ti Chô, SGO, Sonangalp, Mamã Gorda, Robaldina e Ponte Partida.
Em declarações à imprensa, João Paulo Crisjóstomo, representante do Movimento Cívico “Mulenvos Precisa de Nós”, considerou a obra um “atentado à mobilidade e à segurança dos munícipes”, sublinhando que a medida impede o acesso rápido à estrada principal e expõe os cidadãos a situações de risco, sobretudo durante a madrugada, quando muitos saem para trabalhar.
“Realizámos uma auscultação no terreno e cerca de 99% dos moradores manifestaram-se contra o muro. A alternativa defendida pela maioria é a construção de passagens aéreas que garantam segurança e acessibilidade”, afirmou.
A polémica intensificou-se recentemente na zona da paragem Norberto de Castro, onde populares abriram uma passagem de forma forçada, contrariando a vontade das autoridades. Segundo os moradores, a vedação estaria a ser colocada pelo governo provincial para evitar o acúmulo de lixo ao longo da linha férrea, mas sem que fossem apresentadas soluções alternativas viáveis.
Na zona da Ponte Partida, os residentes alertam que o muro não responde às necessidades da comunidade. “Uma passarela resolveria o problema sem comprometer a circulação de pessoas”, defendeu um morador que pediu anonimato.
Fontes locais indicam que está a ser preparada uma manifestação contra as autoridades, exigindo a criação de passagens seguras em áreas atualmente vedadas, sob pena de novas ações de desobediência civil.
O administrador municipal dos Mulenvos, Euclides Faria da Costa, ainda não reagiu publicamente às reivindicações. Até ao momento, também não houve qualquer posicionamento oficial por parte do Governo Provincial de Luanda.