Luanda – O jornalista angolano Coque Mukuta está a ser alvo de acusações de plágio após a divulgação de um texto intitulado “O fim autocrático de João Lourenço”, uma mensagem fortemente crítica à governação do atual Presidente da República de Angola. A publicação, que circula amplamente nas redes sociais e grupos de WhatsApp, gerou controvérsia pelo seu teor político, mas também levantou dúvidas quanto à sua autoria original.
O texto, dirigido a figuras como Maricel Capama e Rui Falcão, expressa apoio à oposição ao Presidente João Lourenço, num tom pessoal e carregado de simbolismo histórico e familiar. Coque Mukuta apresenta-se como “o filho do Ti Chico Mukuta”, recordando episódios da sua infância em Kizanga, Malanje, e criticando duramente o percurso político e económico do chefe de Estado.
Entre os pontos mais controversos estão acusações de favorecimento económico a empresas como MCA, Omatapalo, Carrinho, Gemcorp, Mitrelli, Privinvest e Dar Angola, alegadamente beneficiadas com adjudicações diretas. Mukuta também aponta para o suposto plano de “reforma dourada” de João Lourenço no Dubai, acusando-o de hipocrisia em relação aos seus compromissos com a transparência e a boa governação.
O texto destaca ainda a nomeação de Cristina Giovanna Dias Lourenço, filha do Presidente, para a administração da BODIVA, como exemplo de nepotismo, e antecipa o fim do ciclo político de João Lourenço nas eleições gerais previstas para 24 de agosto de 2027 — data que o autor sublinha faltarem “800 dias” a partir da publicação.
Porém, a autenticidade do texto está agora sob escrutínio. Alguns críticos e especialistas em comunicação alegam que passagens do texto podem ter sido reproduzidas ou adaptadas de outros artigos de opinião já existentes, sem devida citação. A ausência de fontes claras e o tom confessional, que mistura narrativa pessoal com discurso político, também levantaram dúvidas sobre a integridade da peça como produção original.
Até ao momento, Coque Mukuta não se pronunciou oficialmente sobre as alegações de plágio.
Enquanto isso, o conteúdo continua a provocar debate nas redes, sendo visto por muitos como um reflexo do crescente descontentamento com a governação do MPLA e de João Lourenço, enquanto outros questionam a autenticidade e responsabilidade ética na disseminação de mensagens políticas sem fontes verificadas.