O Vaticano volta a ser palco de uma importante iniciativa diplomática. Este domingo, o recém-empossado Papa Leão XIV recebe, em audiência privada, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro, marcado para o início da tarde, acontece num momento simbólico, logo após a missa inaugural do novo pontificado, celebrada na Praça de São Pedro, em Roma.
Lusa
Durante a sua primeira homilia como Sumo Pontífice, Leão XIV dirigiu palavras comoventes à Ucrânia, a quem se referiu como uma “nação mártir”. Reiterou o desejo de que o país encontre finalmente o caminho para negociações de paz “justas e duradouras”, numa clara manifestação de continuidade do apoio espiritual que o Vaticano tem oferecido desde o início do conflito com a Rússia.
A cerimônia de inauguração do pontificado reuniu dezenas de delegações internacionais e mais de 100 mil fiéis, segundo dados do próprio Vaticano. Entre os presentes estavam várias figuras políticas de relevo, incluindo o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, representando os Estados Unidos — país natal de Leão XIV.
Um momento que chamou atenção foi o breve cumprimento entre Vance e Zelensky antes da missa. O gesto, interpretado como sinal de distensão diplomática, ocorre meses depois de uma tensa reunião entre o líder ucraniano e o ex-presidente Donald Trump.
O Vaticano tem procurado manter um papel ativo na tentativa de mediar o conflito na Europa Oriental. Um exemplo disso foi a inesperada reunião entre Trump e Zelensky na Basílica de São Pedro, durante o funeral do Papa Francisco, no final de abril. A iniciativa demonstrou a capacidade da Santa Sé de promover o diálogo, mesmo entre líderes com posições profundamente divergentes.
Agora, com um novo Papa à frente da Igreja Católica, as atenções se voltam para a continuidade desse esforço. No dia em que foi eleito, Zelensky felicitou Leão XIV e expressou o desejo de que ele mantenha o apoio moral e espiritual à Ucrânia, tal como o seu antecessor.
A audiência privada entre o Papa Leão XIV e o presidente ucraniano será, sem dúvida, acompanhada com grande expectativa pela comunidade internacional. Em meio à dor e à persistência da guerra, qualquer sinal de diálogo ou reconciliação representa uma centelha de esperança para milhões.
