Na madrugada deste domingo, um grave acidente aéreo no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, resultou na morte de pelo menos 151 pessoas. O incidente ocorreu quando um avião da companhia Jeju Air, vindo de Banguecoque, tentou aterrissar sem sucesso.
O Boeing 737-800, com 15 anos de uso, enfrentou falhas no trem de pouso dianteiro, impossibilitando a aterrissagem convencional. A aeronave derrapou na pista, colidiu com uma barreira de concreto e pegou fogo por volta das 9h03 (horário local). Segundo as autoridades, o trem de pouso dianteiro aparentemente não funcionou corretamente, o que desencadeou o acidente.
Imagens transmitidas pela televisão local YTN mostraram o avião deslizando pela pista e se chocando contra um muro de concreto, enquanto espessas nuvens de fumaça negra emanavam da aeronave em chamas.
A Agência Nacional de Bombeiros mobilizou 32 viaturas e diversos helicópteros para conter o incêndio e resgatar os passageiros. Entre os 181 ocupantes do voo, 151 mortes foram confirmadas, incluindo 71 mulheres, 71 homens e 9 pessoas cujo gênero ainda não foi identificado. Duas pessoas da tripulação foram resgatadas conscientes e levadas a um hospital próximo.
As equipes de resgate seguem trabalhando nos destroços para localizar desaparecidos, mas as autoridades temem que o número de vítimas possa aumentar. Segundo Lee Jeong-hyeon, chefe dos bombeiros de Muan, o impacto destruiu completamente o avião, restando apenas parte da cauda como vestígio identificável.
As investigações preliminares apontam para falhas mecânicas no trem de pouso como causa principal do acidente. No entanto, especialistas também consideram a hipótese de colisão com aves, que poderia ter causado os problemas técnicos. Joo Jong-wan, do Ministério dos Transportes, informou que investigadores governamentais foram enviados ao local para apurar os detalhes.
Em uma coletiva de imprensa, Kim E-bae, presidente da Jeju Air, pediu desculpas às famílias das vítimas e afirmou que a companhia está colaborando integralmente com as autoridades. A Boeing também divulgou um comunicado expressando condolências e oferecendo suporte para a investigação.
O desastre gerou uma resposta global. A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, lamentou as perdas e garantiu assistência às famílias das vítimas tailandesas presentes no voo. O diretor dos Aeroportos da Tailândia confirmou que o avião partiu de Banguecoque sem sinais de problemas técnicos antes do embarque.
O acidente ocorre em um momento de crise política na Coreia do Sul. O vice-primeiro-ministro Choi Sang-mok, que assumiu o cargo temporariamente, ordenou a mobilização de todos os recursos para apoiar as operações de resgate. Uma reunião emergencial entre altos funcionários foi convocada para discutir o desastre.
Este é um dos acidentes mais mortais da história da aviação sul-coreana desde 1997, quando um voo da Korean Airlines caiu em Guam, causando 228 mortes. A tragédia reforça a necessidade de melhorias na segurança aérea e na manutenção de aeronaves.