Durante a Cimeira do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, o Presidente de Angola, João Lourenço, destacou a importância de uma agricultura sustentável para alcançar a meta global de erradicação da fome. Representando Angola no encontro que reúne as maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana, Lourenço enfatizou que o combate à fome e à pobreza é um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade.
No início do seu discurso, João Lourenço destacou que enfrentar a fome exige uma abordagem ousada e coordenada entre governos, empresas, organizações humanitárias, líderes religiosos e outros setores. Ele alertou que medidas paliativas, como o assistencialismo, não resolvem o problema na raiz e pediu soluções pragmáticas e duradouras.
“O combate contra a fome e a pobreza é uma questão urgente que exige de todos nós coragem para identificar as causas principais e implementar soluções eficazes”, afirmou o presidente.
Lourenço também ressaltou que, embora a fome seja mais prevalente em países em desenvolvimento, ela não é exclusividade desses locais. “Este fenômeno é observado também em países desenvolvidos e industrializados, com economias robustas.”
O líder angolano sublinhou a necessidade de condições que favoreçam a agricultura sustentável como uma estratégia global para garantir a segurança alimentar. Ele destacou a criação da Aliança na Luta contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da qual Angola é membro fundador.
“A Aliança oferece um instrumento valioso para reverter retrocessos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente aqueles relacionados à erradicação da fome e da pobreza”, afirmou Lourenço.
João Lourenço compartilhou os esforços de Angola na diversificação econômica, com foco na agricultura. Ele destacou o investimento em agricultura familiar e moderna para reduzir a dependência do país de importações alimentares.
“Estamos a promover uma agricultura moderna que impulsiona a indústria nacional e fortalece a segurança alimentar”, explicou.
Além disso, Lourenço mencionou os desafios climáticos enfrentados pelo país, que afetam comunidades inteiras e dificultam a produção agrícola. Para mitigar esses impactos, o governo angolano lançou um programa de transferência de água a partir do rio Cunene para áreas afetadas pela seca.
O presidente anunciou planos para construir seis grandes albufeiras até 2027 na província do Namibe, com o objetivo de armazenar milhões de metros cúbicos de água. Esse projeto faz parte de uma estratégia para garantir o fornecimento de água e apoiar a atividade agrícola em regiões vulneráveis.
Antes da cimeira, João Lourenço reuniu-se com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a cooperação bilateral entre os dois países. O encontro incluiu temas econômicos e diplomáticos e contou com a participação de ministros angolanos.
Durante a cimeira, Lourenço também prevê encontros com outros líderes mundiais e representantes de diversos setores, como alta finança, ciência, cultura e indústria farmacêutica.
A participação ativa de Angola no G20 reforça o papel do país no cenário internacional e demonstra seu compromisso com o combate à fome e à pobreza, não apenas no nível local, mas também global.