Na África do Sul, milhares de mineiros ilegais estão enfrentando uma situação extremamente delicada e perigosa. Envolvidos em atividades de mineração clandestina, esses trabalhadores estão atualmente presos em minas abandonadas na província de North West. Em resposta, o governo sul-africano estabeleceu uma operação de cerco e não pretende oferecer assistência a esses indivíduos, sendo esta uma medida extrema para combater a exploração mineral ilegal.
Conhecida como “Vala Umgodi” ou “Feche o Buraco,” a operação tem como meta expulsar os mineiros das minas abandonadas. Para isso, as autoridades cortaram o fornecimento de alimentos e água nas entradas, forçando-os a subir à superfície. Assim que emergem, os mineiros são detidos pela polícia. Relatos indicam que cerca de mil trabalhadores já saíram das minas enfraquecidos e doentes devido às condições adversas de sobrevivência subterrânea, onde enfrentam desnutrição e exaustão.
Relatos de trabalhadores que emergiram da mina Stilfontein, onde está concentrada a operação policial, destacam a situação alarmante desses mineiros. Muitos descrevem um cenário de extrema necessidade e saúde debilitada. No entanto, a resposta do governo tem sido firme. Khumbudzo Ntshavheni, ministra da Presidência, declarou em coletiva de imprensa que o governo não prestará assistência, justificando que “não vamos ajudar criminosos”.
Essa resposta é uma tentativa de desincentivar atividades ilícitas e recuperar o controle sobre a exploração mineral. A mineração ilegal, popularmente conhecida como “zama-zama” — um termo zulu que significa “arriscar” — representa uma perda significativa para a economia do país, estimada em centenas de milhões de dólares anuais em vendas e impostos.
A mineração clandestina está profundamente ligada ao crime organizado e a redes de exploração. Muitos dos mineiros ilegais são migrantes de países vizinhos que, na busca de oportunidades, acabam associados a esses grupos. A presença desses indivíduos em áreas próximas das minas abandonadas tem levantado preocupações entre moradores, que relatam um aumento em crimes violentos como assaltos e agressões sexuais. Armados e prontos para confrontos, os grupos rivais que disputam o controle das minas geram tensões frequentes na comunidade local.
O governo sul-africano pretende intensificar o policiamento nas áreas de mineração nos próximos dias, com o objetivo de encerrar a operação de forma segura e dentro da lei. Esta ação é parte de um esforço mais amplo para conter a mineração ilegal, que, além de representar uma ameaça à economia, também coloca em risco a segurança pública e a integridade das comunidades locais.
Enquanto o cerco se aperta e mais trabalhadores enfrentam a necessidade de emergir das minas, o governo mantém sua postura rígida contra qualquer tipo de auxílio, reafirmando a responsabilidade individual daqueles que optaram por esse caminho perigoso e ilegal.