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Archer Mangueira diz que Se não fizermos um programa de gestão sustentável da seca, teremos sempre fome e taxas elevadas de mortalidade

O governador da província do Namibe, Archer Mangueira, após ter sido um dos oradores do painel “Desconstruindo”, do II Fórum Energia e Ambiente, realizado pelo semanário Expansão, acedeu a uma conversa com o Novo Jornal, na qual escalpeliza não só a questão energética da região, mas também a gestão da seca, a provável exploração petrolífera, a aposta no capital humano e outros temas não menos importantes da província litoral mais a sul.

Como está servida a província do Namibe em termos de energia eléctrica?

A província do Namibe tem o fornecimento de energia por turbinas diesel, concretamente para o município-sede, Moçâmedes, que foi reforçado agora, desde Março, com o projecto de energia fotovoltaica de Caraculo, que debita na rede mais 25 megawatts. Neste momento, não temos, no município de Moçâmedes, problemas de fornecimento de energia eléctrica. Mas temos ainda, nas quatro principais comunas, designadamente no Bentiaba, na Lucira, no Virei e no município do Camucuio, deficiência em termos de produção de energia. São localidades sustentadas por grupos geradores, os quais requerem manutenção caríssima, e muitos deles têm registado muitas avarias. Estamos na expectativa de que a capacidade que existe de excedente no País possa ser transportada até ao Sul de Angola, e o Namibe beneficie com isso. Também temos já resolvido o problema de electricidade noutros municípios de Moçâmedes, parcialmente no Tômbwa. Em relação às outras comunas, prevemos resolvê-lo com a energia fotovoltaica, ou a energia solar.

O Namibe tem previsões de produzir petróleo, a breve trecho. Até que ponto está a caminhar esse projecto? Há, localmente, vozes que contestam e outras que aplaudem a produção petrolífera?

Em relação ao projecto, aguardamos que haja informação mais bem qualificada em relação aos resultados dos estudos sísmicos. De momento, ainda não temos a certeza se vamos ter ou não exploração petrolífera. É provável que, ao longo do segundo semestre deste ano, tenhamos mais detalhes. O que ocorreu recentemente foi uma consulta pública sobre o estudo ambiental, e participaram, nessa consulta pública, todas as partes interessadas. Nós, Governo Provincial do Namibe, defendemos o princípio da utilização óptima e racional de todos os recursos de que a região possa dispor para o benefício da sua população e para o desenvolvimento da nossa província. Nesse âmbito, incluímos o petróleo.

E as populações estão favoráveis ao projecto, ou não?

As populações são favoráveis a qualquer projecto que reverta a favor do desenvolvimento da província e que também satisfaça as necessidades da pessoa humana. O mais importante para nós são as pessoas, e esse é um projecto que vem para criar valor, criar emprego, desenvolver a província, por via da criação de serviços, ter uma participação importante na criação do Produto Interno Bruto, que vai, depois, resultar no desenvolvimento socioeconómico multifacético, não só da província como também do País. A população ficará sempre satisfeita.

Qual é o quadro do sector pesqueiro, uma vez que, outrora, o Namibe foi considerado o berço do sector a nível do País?

A pesca ainda é o sector mais importante da economia do Namibe, mas confesso que estamos preocupados com a pesca ilegal, que é feita tanto a nível artesanal, como da pesca semi-industrial e industrial na nossa orla marítima, porque há uma tendência cada vez mais evidente de destruição da nossa biomassa, pescando em zonas proibidas, ou em viveiros que garantem a sustentabilidade dos recursos marinhos, bem como da preservação das espécies na nossa orla. Temos estado a trabalhar com o Ministério das Pescas e dos Recursos Marinhos, no sentido de reforçar a fiscalização para combater a actividade de arrasto inapropriada, assim como a pesca artesanal não autorizada.