No Chade, a oposição denuncia um “homicídio premeditado” durante o ataque ao Partido Socialistas Sem Fronteiras (PSF), em que Yaya Dillo, principal opositor da junta militar, morreu, a 28 de Fevereiro.
O exército chadiano atacou a sede do Partido Socialistas Sem Fronteiras (PSF), na quarta-feira 28 de Fevereiro, com o alegado objectivo de prender Yaya Dillo, dirigente do partido e principal opositor da junta militar, acusado pelo regime de ter planeado uma “tentatva de homicídio” do Presidente do Supremo Tribunal cerca de dez dias antes.
Durante o ataque, Yaya Dillo e três membros do PSF morreram, assim como quatro membros da junta militar, segundo as informações avançadas pelo ministro da comunicação Abderaman Koulamall, avançando ainda que Yaya Dillo “refugiado na sede do partido, recusou render-se” e que “disparou contra as forças policiais”.
A oposição denuncia um “assassínio premeditado”, organizado para retirar o principal rival e primo do dirigente Mahamat Déby da corrida à presidência.
Yaya Dillo “morreu assassinado pela Guarda Republicana”, denunciou Evaristo Gabnon, porta-voz do PSF, para quem se trata de “um homicídio programado”.
Trata-se de “um crime odioso e inadmissível”, criticou também Max Loalngar, coordenador da principal plataforma da oposição e da sociedade civil.
Poucas horas antes da sua morte, Yaya Dillo negou, em declarações à agência France-Presse, ter planeado o homicídio do presidente do Supremo Tribunal e levado a cabo o ataque à sede dos serviços de informação, o ANSE, no qual morreram “várias pessoas”, segundo o ministro da comunicação.
“Ser candidato face às autoridades de transição é ser candidato à morte”, lamentou Max Kemkoye, porta-voz da segunda plataforma da oposição, a CGAP. “Esperamos da comunidade internacional, que se está a preparar para financiar um processo eleitoral que começa com um homicídio, que se comprometa a organizar uma investigação independente”.
Mahamat Déby foi proclamado Presidente da transição pelo exército a 20 de Abril de 2021, depois da morte do pai, Idriss Déby, e prometeu deixar o poder depois de um período de 18 meses mas acabou por pronlogá-lo por dois anos. Na altura, a oposição denuncou uma “sucessão dinástica”.