Presidente russo diz que ideia de a Rússia atacar países da NATO “é disparate”. E o seu MNE diz que a Aliança prepara países para conflito com Moscovo. Subiu para 143 o número de mortos no atentado.
Se Putin diz que não está a pensar atacar a NATO já o discurso do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros parece indicar que a Aliança Atlântica poderá dar o primeiro passo para uma guerra. Isto porque considerou que a atividade da NATO na Europa Oriental e no Mar Negro tem como objetivo preparar os seus aliados para um conflito com Moscovo.
As declarações foram feitas por fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, à Ria/Novostia propósito dos planos da Roménia para expandir a base aérea militar que tem em Constanta.
A mesma fonte disse ainda à agência de notícias estatal que as operações da NATO nesses dois locais são provocatórias e constituem uma ameaça adicional à segurança da Rússia.
Dmitry Peskov preferiu adiantar quase nada na conversa diária com os jornalistas, esta manhã, sobre Evan Gershkovich, cidadão norte-americano, detido na Rússia no final de março de 2023 por suspeitas de espionagem:
“Não temos informações sobre o tribunal — não é nossa prerrogativa. Quanto às questões de intercâmbio [de prisioneiros], temos repetidamente sublinhado que existem certos contactos, mas que devem ser feitos em absoluto silêncio”, cita-o a Reuters.
A prisão preventiva de Gershkovich, que completa um ano no sábado, foi esta semana prorrogada por um tribunal de Moscovo até 30 de junho.
Os ataques russos ontem na Ucrânia mataram quatro pessoas e feriram outras nove, revelam hoje os governadores de Donetsk, Kherson e Dnipropetrovsk.
Em Donetsk, uma pessoa morreu na aldeia de Raihorodok perto de Kramatorsk, e duas ficaram feridas em Ukrainsk, disse Vadym Filashkin, o governador regional, no Facebook, publicando algumas imagens dos danos causados.
De acordo com o governador, as tropas russas terão lançado 14 ataques contra povoações de Donetsk, destruindo ou danificando cerca de 80 casas, mais de 30 prédios, edifícios administrativos e linhas eléctricas.
Em Kherson e em 16 outras povoações da região morreram duas pessoas e outras quatro ficaram feridas, de acordo com o que escreveu o governador Oleksandr Prokudin no Telegram.
Dois edifícios de apartamentos, 10 casas, infraestruturas portuárias e outras consideradas críticas, e um centro comercial foram atingidos, disse Prokudin.
Já em na região de Dnipropetrovsk, Nikopol foi o alvo com artilharia e um drone ontem e esta noite, matando uma pessoa e ferindo outras três, avançou o governador Serhii Lysak, também no Telegram.
O ataque danificou um hotel, quatro casas, um edifício agrícola e linhas eléctricas, acrescentou Lysak, divulgando algumas imagens.
O balanço mais recente das autoridades russas diz que morreram 143 pessoas no atentado à sala de concertos na sexta-feira, em Moscovo.
Segundo dados de um responsável pelos serviços de emergência médica, citado pela agência de notícias russa TASS, “há 360 feridos incluindo 11 crianças”.
Os caças F-16 que o Ocidente vai enviar para a Ucrânia não vai mudar o rumo da guerra e serão destruidos avisou no mesmo discurso ontem aos pilotos russos Vladimir Putin.
“Se eles fornecerem F-16s, e estão a falar sobre isso e aparentemente estão a treinar pilotos, isso não mudará a situação no campo de batalha”, disse o Presidente russo.
Presidente Vladimir Putin visita o 344.º Centro de Aviação do Exército para treino de combate na região de Tver
“E nós destruiremos os aviões tal como destruímos os tanques, os veículos blindados e outros equipamentos. E é claro que, se forem utilizados a partir de aeródromos de países terceiros, tornar-se-ão para nós alvos legítimos, onde quer que se encontrem.”
O Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, tinha dito, horas antes, que os aviões de combate devem chegar à Ucrânia nos próximos meses.
Putin diz que ideia de a Rússia atacar países da NATO é “um completo disparate”
O Presidente russo descartou ontem que a Rússia pretenda atacar países da Aliança Atlântica.
“Quanto às alegações de que estamos a planear invadir a Europa depois da Ucrânia, trata-se de um completo disparate destinado apenas a intimidar a sua população para a obrigar a pagar mais dinheiro” afirmou, citado pela TASS, agência de notícias russa estatal.
“A ideia de que vamos atacar qualquer outro país — a Polónia, os Estados Bálticos e os checos também estão a ser assustados – é um completo disparate”, frisou Vladimir Putin num discurso ontem à noite aos pilotos da força aérea russa. “Não passa de uma tolice”, repetiu na visita a um centro de aviação das Forças Aérea russas na região de Tver, naquela que é a sua primeira visita oficial depois da sua eleição.
Putin enquadrou a narrativa do Ocidente “no meio de uma economia em queda e da deterioração do nível de vida”, dizendo que “não se trata de propaganda”. E continuou: “É o que está realmente a acontecer. Eles precisam de se justificar, por isso estão a intimidar a sua população com uma potencial ameaça russa, ao mesmo tempo que procuram expandir o seu domínio sobre o mundo inteiro”, sublinhou.