O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou esta terça-feira, em Paris, que a guerra “deve terminar o mais rapidamente possível”, sublinhando que um eventual acordo de paz terá de garantir segurança duradoura ao país e impedir novas agressões da Rússia. As declarações foram feitas após um encontro com o Presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, numa semana apontada por responsáveis europeus como decisiva para o avanço das negociações.
Macron voltou a responsabilizar Moscovo por bloquear propostas de cessar-fogo e criticou a falta de vontade do Kremlin para encerrar o conflito. “Por três ou quatro vezes, os russos recusaram planos para parar os combates. Não parecem muito ansiosos pela paz”, afirmou o chefe de Estado francês.
Zelensky reconheceu que a questão territorial será o ponto mais difícil das conversações, devido às divergências profundas sobre a soberania dos territórios atualmente ocupados pela Rússia. Ainda assim, insistiu que o fim da guerra só poderá ocorrer de maneira que salvaguarde os interesses do país e a ordem internacional. “É preciso terminar esta guerra de forma digna, com garantias sólidas de segurança para evitar futuras agressões”, frisou.
O líder ucraniano reforçou que qualquer caminho para a paz não pode ser interpretado como uma recompensa à Rússia pela invasão lançada em fevereiro de 2022. “Temos de assegurar que Moscovo não tenha a impressão de ser compensada por esta guerra”, destacou, defendendo a manutenção das sanções e a responsabilização por crimes de guerra. Zelensky voltou também a defender o uso dos ativos russos congelados para financiar a reconstrução da Ucrânia, afirmando que “o agressor deve pagar pelos seus atos”.
O encontro contou ainda com a participação do enviado norte-americano Steve Witkoff, que deverá reunir-se com Vladimir Putin nos próximos dias para discutir o enquadramento das negociações. Os ministros da Defesa da União Europeia estavam, simultaneamente, reunidos em Bruxelas para avaliar novas formas de apoio militar à Ucrânia numa fase considerada crítica para a diplomacia europeia.
