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Venâncio Mondlane critica Liderança das Forças de Segurança e repressão policial em manifestações

Maputo – O candidato presidencial Venâncio Mondlane, figura de destaque nas eleições moçambicanas, expressou duras críticas à atuação das forças de segurança, especialmente no contexto das manifestações que organizou para contestar os resultados eleitorais. Apesar da violência policial, Mondlane considera que a manifestação atingiu o seu objetivo principal: dar visibilidade à insatisfação popular quanto ao processo eleitoral.

Na manhã desta segunda-feira, 21 de outubro, centenas de manifestantes se reuniram em Maputo para protestar, mas foram impedidos de marchar pela cidade pela forte presença policial, que utilizou gás lacrimogéneo em várias ocasiões e locais diferentes. Segundo Mondlane, “foi um grande sucesso”, referindo-se à capacidade de mobilização popular e ao fato de que, apesar da repressão, os manifestantes conseguiram paralisar a cidade e demonstrar o descontentamento com os resultados eleitorais. Ele destacou que “a população queria simplesmente fazer uma manifestação pacífica”, mas a resposta das forças de segurança foi brutal e desproporcional.

Em sua declaração, Mondlane foi incisivo ao afirmar que “na liderança das forças de segurança temos os verdadeiros terroristas”, acusando diretamente o governo e as autoridades policiais de agirem com violência e repressão contra cidadãos desarmados. Para ele, a polícia foi responsável pelo verdadeiro “vandalismo” durante a manifestação.

A manifestação aconteceu na Avenida Joaquim Chissano, um local simbólico onde foram assassinados recentemente o advogado Elvino Dias e o mandatário Paulo Guambe, ambos figuras ligadas ao partido PODEMOS, que apoia a candidatura de Mondlane. Os manifestantes, em sua maioria jovens, exibiam cartazes e gritavam palavras de ordem como “Moçambique é nosso”, enquanto corriam das viaturas blindadas e helicópteros da polícia que monitoravam a situação de perto.

Jornalistas também enfrentaram dificuldades para cobrir o evento, com relatos de que pelo menos dois profissionais de imprensa ficaram feridos durante a repressão. Além disso, o uso de gás lacrimogéneo afetou tanto os manifestantes quanto os próprios agentes de proteção, que não estavam adequadamente equipados para lidar com a situação.

Mondlane, reconhecendo o risco de escalada da violência, pediu aos manifestantes que se retirassem da Praça da OMM e prometeu uma segunda fase de protestos, que, segundo ele, “será radical”. A manifestação foi convocada em resposta aos resultados preliminares das eleições de 9 de outubro, que indicam uma grande vantagem para o candidato da Frelimo, Daniel Chapo.

Questionando a integridade do processo eleitoral, Mondlane, que ficou em segundo lugar na contagem preliminar, apontou possíveis fraudes, como a introdução ilícita de votos. Ele expressou sua preocupação com a falta de transparência e justiça no processo, reforçando que a luta pela verdade eleitoral está apenas começando. A expectativa é de que a Comissão Nacional de Eleições anuncie os resultados finais ainda esta semana.