Em uma reunião recente em Larnaca, no dia 23 de setembro de 2024, os líderes de nove países do sul da União Europeia, conhecidos como MED9, reafirmaram seu compromisso de apoiar o exército libanês na tentativa de restaurar a estabilidade no sul do Líbano, onde a violência entre Israel e o grupo militante Hezbollah tem escalado rapidamente. Este conflito, que começou com a guerra em Gaza, transformou a região em um campo de batalha, com confrontos transfronteiriços quase diários.
Os chefes de governo de Itália, Espanha, França, Grécia, Malta, Chipre, Eslovênia, Portugal e Croácia divulgaram uma declaração conjunta afirmando que continuarão a defender o apoio ao Líbano e ao seu povo, com ênfase nas Forças Armadas do Líbano. De acordo com o documento, o exército libanês desempenha um papel crucial na estabilização da região, especialmente no sul do país, que tem sido alvo de intensos combates.
A escalada da violência, que incluiu ataques aéreos israelenses em Beirute e uma ofensiva terrestre no Líbano, é motivo de grande preocupação para os líderes do MED9. O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou a importância do retorno do controle libanês sobre o sul do país, afirmando que a soberania do Líbano é essencial para a paz e estabilidade da região. Durante a conferência de imprensa, Macron reforçou a necessidade urgente de um cessar-fogo tanto no Líbano quanto em Gaza, para proteger civis e prevenir um colapso regional ainda maior.
Embora o tipo de apoio específico às forças libanesas não tenha sido detalhado, Macron mencionou uma conferência em Paris, marcada para o dia 24 de outubro de 2024, que terá como foco o aumento da ajuda humanitária ao Líbano e o fortalecimento de suas capacidades militares e de segurança interna. A Itália, representada pela primeira-ministra Giorgia Meloni, e a França destacaram a importância de uma reunião do G7 para discutir estratégias adicionais de apoio ao exército libanês, buscando possibilitar sua atuação mais ativa no sul do país.
O conflito entre Israel e o Hezbollah tem provocado enormes deslocamentos populacionais, afetando milhares de pessoas dos dois lados da fronteira. Além disso, ataques do Hezbollah a regiões mais povoadas de Israel, embora tenham causado relativamente poucas vítimas, aumentaram a tensão e interromperam a vida cotidiana.
Líderes do MED9 também condenaram fortemente um ataque israelense a forças de paz da ONU no sul do Líbano, conhecido como UNIFIL. Tropas da França, Espanha e Itália fazem parte da missão, e o incidente, que viola a Resolução 1701 da ONU, foi amplamente criticado por Meloni e Macron. Ambos também expressaram apoio à suspensão do fornecimento de armas a Israel, acreditando que isso poderia ajudar a mitigar o conflito na região.
Por fim, o grupo também abordou a questão da migração irregular, que continua a ser um desafio para a Europa. O presidente cipriota, Nikos Christodoulides, anfitrião da cúpula, sugeriu a criação de condições para o retorno seguro dos refugiados sírios aos seus países de origem, colaborando com a ONU e outros parceiros internacionais.
Este encontro do MED9 evidencia o esforço conjunto dos países do sul da Europa para promover a estabilidade no Oriente Médio, com foco em ações diplomáticas e humanitárias para mitigar as crises no Líbano e em Gaza.