A China alcançou em 2025 um excedente comercial recorde de 858 mil milhões de euros, impulsionado sobretudo pelo forte crescimento das exportações, que avançaram 5,9% em novembro, superando as previsões. As importações aumentaram apenas 1,9%, refletindo a fragilidade do consumo interno, afetado pela crise prolongada no setor imobiliário e pela insegurança laboral.
O país continua altamente dependente da procura externa:
- As exportações líquidas representaram cerca de um terço do crescimento económico chinês em 2025.
- O perfil comercial tornou-se mais assimétrico, já que a competitividade das empresas chinesas reduz a necessidade de importações.
O recorde surge num momento de diminuição recente das tensões comerciais com os EUA. Ambos os países acordaram reduzir tarifas e aliviar controlos sobre minerais críticos e tecnologias, embora tarifas elevadas permaneçam em vigor (EUA: 47,5% sobre bens chineses; China: 32% sobre bens americanos).
Apesar da guerra comercial iniciada por Donald Trump, a China conseguiu redirecionar exportações para outros mercados, mantendo a performance externa como motor do crescimento.
O excedente histórico deverá contribuir para impulsionar o PIB, ajudando Pequim a cumprir a meta oficial de crescimento de cerca de 5% em 2025. Para 2026, o Governo deverá manter o mesmo objetivo e prepara novos estímulos económicos, incluindo aumento do défice orçamental e possíveis cortes nas taxas de juro.

