Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) recomendaram, esta sexta-feira (05.12), a suspensão temporária da Guiné-Bissau da organização, na sequência do golpe de Estado ocorrido no país a 26 de novembro de 2025.
A decisão, tomada numa reunião extraordinária realizada por videoconferência, será agora remetida aos chefes de Estado e de Governo da CPLP, que terão a palavra final sobre a suspensão e sobre a transferência da presidência pro tempore para outro Estado-membro.
Num comunicado divulgado no final do encontro, os chefes da diplomacia dos países lusófonos expressaram “profunda preocupação” com a situação política e institucional no país e condenaram “veementemente” a interrupção do processo eleitoral que decorria no momento do golpe, classificando-o como uma “grave violação dos princípios democráticos e da vontade soberana do povo guineense”.
O Conselho de Ministros decidiu ainda criar uma Missão de Bons Ofícios de Alto Nível, a ser enviada para Bissau “no mais breve período de tempo”, com o objetivo de promover o diálogo e contribuir para o restabelecimento da normalidade institucional.
Os ministros exigem igualmente a “libertação imediata e incondicional” de todas as pessoas detidas no âmbito da rutura institucional e apelam à “retoma urgente da ordem constitucional”.
A CPLP reiterou, nesta 17.ª reunião extraordinária, o compromisso com “a democracia, a legalidade e a solidariedade entre os seus Estados-membros”, assegurando disponibilidade para apoiar iniciativas que favoreçam a estabilidade política na Guiné-Bissau.
O golpe de Estado foi levado a cabo pelo Alto Comando Militar três dias após as eleições gerais – presidenciais e legislativas – e um dia antes da data prevista para o anúncio oficial dos resultados.

