Eu gostaria de realçar a importância desta cerimónia aqui, em Washington D.C., que vai finalmente pôr fim a um conflito que, como já foi dito, dura há mais de três décadas.
Não são exactamente trinta anos, mas mais do que três décadas. Um conflito entre irmãos, países vizinhos e irmãos, que se deviam dar bem, mas que, por razões de diversa ordem, têm vindo a se digladiar ao longo dos anos, com pesadas consequências, quer para as populações de ambos os países, quer também para as respectivas economias.
A Região dos Grandes Lagos é uma região das mais ricas do mundo, não apenas de África. É enormemente rica em recursos hídricos, terras aráveis, florestas, recursos minerais que estão no subsolo, mas sobretudo rica nas suas pessoas, com um potencial muito grande para desenvolver aquela região de África que pode catapultar o desenvolvimento de outras regiões, igualmente, do nosso continente.
O mundo atravessa hoje uma crise energética e alimentar. Nós estamos a dizer que África, e em particular essa Região dos Grandes Lagos, tem o potencial, não digo de resolver, mas de contribuir consideravelmente para a resolução destas duas grandes crises, quer alimentar quer energética, não apenas para o nosso continente, mas para o mundo.
A grande Barragem do Inga, adormecida há bastantes anos, pode contribuir enormemente para a electrificação do continente e, consequentemente, para a sua industrialização.

Presidente angolano dirige mensagem aos participantes em evento diplomático de alto nível
Em termos de agricultura, o facto de ter terras aráveis, com um índice de chuvas bastante regular e abundante, pode desenvolver-se a agricultura naquelas regiões para alimentar o continente.
E nada disso tem sido possível fazer-se, ao longo de décadas, devido a este conflito que não tem sentido e que, final e felizmente, parece que terá o seu fim hoje, aqui em Washington D.C.
Nós procurámos fazer a nossa parte. E quando digo nós, estou a referir-me a Angola, ao Quénia, e a outros países também africanos. Procurámos fazer o melhor para chegarmos a este momento.

