A Alemanha poderá ter eleições legislativas antecipadas em 23 de fevereiro de 2025, de acordo com a imprensa local. Fontes parlamentares confirmaram que líderes do Partido Social-Democrata (SPD) e da União Democrata-Cristã (CDU) chegaram a um entendimento sobre a nova data eleitoral, e a proposta tem o apoio do Partido Liberal Democrático (FDP) e dos Verdes, parceiros na coalizão “semáforo” do governo.
O chanceler Olaf Scholz, do SPD, deve apresentar uma moção de confiança no Parlamento em dezembro. Caso a moção seja rejeitada, o presidente Frank-Walter Steinmeier poderá dissolver o Bundestag, acionando o prazo de 60 dias para a realização de novas eleições. A antecipação das eleições reflete o colapso da coalizão governamental, especialmente após a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, do FDP, em novembro. Scholz justificou a decisão afirmando que Lindner priorizava interesses partidários acima dos compromissos governamentais.
A coalizão “semáforo” entre SPD, Verdes e FDP vinha enfrentando tensões há meses, em particular sobre questões econômicas. Divergências no orçamento federal de 2025 e nas políticas de fortalecimento industrial acabaram por minar a aliança. Mesmo com a dissolução à vista, o SPD pretende avançar com alguns projetos-chave, como o Deutschlandticket, o aumento do abono de família e a criação de um fundo especial para as Forças Armadas.
As eleições antecipadas, caso confirmadas, abrirão espaço para uma nova disputa pelo cargo de chanceler. Entre os principais candidatos, Friedrich Merz deve liderar a CDU/CSU, enquanto Scholz espera concorrer novamente pelo SPD, embora haja pressão para que Boris Pistorius, ministro da Defesa, também seja considerado. Os Verdes planejam lançar Robert Habeck, enquanto o partido de extrema-direita AfD indicará Alice Weidel.
O Comissário Federal para as Eleições afirmou que o dia 23 de fevereiro de 2025 é viável do ponto de vista legal e permite que as eleições sejam organizadas dentro dos prazos estabelecidos pela legislação alemã, garantindo assim um processo eleitoral estruturado e sem complicações.
Esse novo cenário político representa um importante momento de decisão para a Alemanha, que poderá redirecionar sua liderança em meio a uma conjuntura política conturbada e divisões sobre as prioridades nacionais.