UA – O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, expressou sua condenação aos assassinatos pós-eleitorais em Moçambique e apelou por calma no país. Os homicídios de Elvino Dias e Paulo Guambe, ambos apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, geraram grande repercussão e comoção internacional. Faki Mahamat instou as autoridades moçambicanas a conduzirem uma investigação completa e levarem os responsáveis à justiça.
Em comunicado oficial, o presidente da UA pediu que os atores políticos em Moçambique mantenham uma postura pacífica enquanto aguardam o anúncio oficial dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional. Ele expressou preocupação com os relatos de violência pós-eleitoral, destacando que a situação deve ser gerida com máxima contenção, para preservar a estabilidade do país.
Os assassinatos de Elvino Dias, advogado de Mondlane, e de Paulo Guambe, membro do partido Podemos, ocorreram em um contexto de tensão crescente. Diversos líderes mundiais, incluindo António Guterres, secretário-geral da ONU, e representantes diplomáticos de vários países, como Estados Unidos, Canadá e União Europeia, também condenaram os assassinatos e exigiram justiça.
No contexto da indignação pública, Venâncio Mondlane convocou uma manifestação em Maputo para protestar contra os assassinatos. A polícia moçambicana reagiu dispersando a multidão com gás lacrimogéneo e tiros de advertência. Mesmo assim, os protestos evidenciam o clima de insatisfação com a forma como as eleições estão sendo conduzidas e os atos de violência associados a este período.
As eleições de 9 de outubro incluíram a escolha de um novo presidente, membros das assembleias provinciais e parlamentares. Com o atual presidente, Filipe Nyusi, impedido de concorrer devido ao limite de mandatos, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) apoiou Daniel Chapo como seu candidato. No entanto, Venâncio Mondlane, do partido Podemos, contesta os resultados preliminares, alegando irregularidades no processo de contagem de votos.
As autoridades eleitorais têm até 24 de outubro para divulgar os resultados oficiais, que posteriormente serão analisados pelo Conselho Constitucional, responsável por validar ou contestar o processo. Enquanto isso, Mondlane já anunciou que planeja recorrer, munido de documentos oficiais que supostamente provam discrepâncias nos resultados divulgados até agora.
A comunidade internacional continua a monitorar a situação em Moçambique, com apelos para que as autoridades respeitem o devido processo legal e garantam a segurança dos cidadãos. A UA, junto a outros organismos internacionais, reforça a importância de um processo eleitoral transparente, pedindo que as partes envolvidas ajam de maneira pacífica, evitando que a violência comprometa a estabilidade do país.