O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou que uma equipa israelita estará nas negociações para um cessar-fogo no Médio Oriente.
A reunião anunciada pelos Estados Unidos, Qatar e Egito para alcançar um cessar-fogo em Gaza terá lugar em Doha a partir desta quinta-feira e durará “vários dias”, disse o mediador norte-americano para o conflito entre o Líbano e Israel.
Amos Hochstein confirmou, durante uma reunião com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, em Beirute, que será procurada uma solução diplomática para a guerra de Gaza “durante as reuniões de Doha que começam amanhã [quinta-feira] e que se prolongarão por vários dias”, segundo um comunicado do Governo libanês.
Uma fonte egípcia também confirmou à agência Efe que a reunião será realizada na capital do Qatar, embora inicialmente os países mediadores também estivessem a considerar o Cairo como cidade anfitriã.
Na semana passada, o Qatar, os Estados Unidos e o Egito apelaram a Israel e ao movimento islamita palestiniano Hamas para que retomassem as negociações para uma trégua em Gaza a 15 de agosto, apelando a que se chegue a um acordo sem mais demoras.
Israel vai enviar a Doha uma equipa de negociadores, incluindo os chefes dos serviços secretos e da segurança interna, para discutir um cessar-fogo em Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, “aprovou a partida da delegação israelita”, anunciou o seu gabinete após uma reunião com os negociadores.
A delegação israelita é chefiada pelo chefe dos serviços secretos estrangeiros de Israel (Mossad), David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do exército, segundo o canal de notícias israelita 12.
O grupo viajará esta quinta-feira para o Qatar e manterá reuniões com os mediadores — Estados Unidos, Qatar e Egito – “durante vários dias”, anunciou a partir de Beirute o mediador norte-americano para o conflito Líbano-Israel, Amos Hochstein.
Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.
O Hamas já garantiu que não participará na reunião e pede para aplicar o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, embora os porta-vozes dos EUA tenham assegurado que o Qatar está a trabalhar para garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião.
Hochstein afirmou, nesta quarta-feira, em Beirute que um pacto de cessar-fogo na Faixa de Gaza poderia também ajudar a evitar uma guerra regional, bem como pôr fim ao conflito paralelo entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel.
O Médio Oriente tem estado em alerta para uma potencial escalada regional desde os assassínios, há duas semanas, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, e do principal comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, na capital libanesa.
Nem a formação libanesa nem o seu aliado Teerão responderam ainda aos ataques, atribuídos ao Estado judaico, e espera-se que um pacto sobre Gaza poderia, pelo menos, travar a resposta iraniana.
– Com Lusa