O soldado ucraniano, que está na frente da batalha entre Ucrânia e Rússia, tem os sogros a construir a “casa de sonho” em Portugal e deseja visitar o país.
A SIC esteve numa posição com um grupo de artilheiros ucranianos, na frente leste, na região de Donetsk. Um grupo de soldados que garante que agora tem tido muito mais trabalho que no inverno, porque há mais munições com que disparar. Um desses artilheiros espera um dia visitar Portugal, onde, em Torres Vedras, tem os sogros.
A areia nos pés, o mar em ebulição, os surfistas a apanhar ondas, a imagem não engana. Os ucranianos Serhiy e Tetyana estão em Portugal.
Chegaram em 2001. É em Portugal que querem viver, ainda que passem muito tempo na Suíça. A trabalhar para juntar dinheiro para acabar de construir a casa de sonho, se bem que o principal desejo agora seja outro, que acabe a guerra na Ucrânia, onde dizem ter o coração.
A filha está na Ucrânia mas tentam pensar positivo e falam todos os dias com a filha. Menos vezes com o genro, mas aproveitam para lhe ligar sempre que Vlad aparece online.
Do outro lado da linha, longe do mar, na frente leste, na Ucrânia, não há tempo a perder. Vlad e os colegas, têm ordens para cumprir. Têm que ser rápidos. Cada minuto conta para a posição de onde disparam não ser identificada pelos russos.
Vlad tem 22 anos e há dois que está a combater. A família é a inspiração que precisa para manter a determinação.
“Tenho a mulher mais incrível do mundo. Que amo mesmo muito. Tenho dois filhos. O mais velho Artem e o mais novo Matviy. Os pais dela estão agora em Portugal. Nunca estive lá, gostava de ir ver como são as coisas por lá”, conta.
Mas antes, tem trabalho a fazer com este lançador múltiplo de mísseis, ainda dos tempos da União Soviética. Munições que não têm faltado. Depois de um inverno difícil, com praticamente nada com que disparar, o verão está a ser de muito trabalho.