Segundo Carlos Alberto dos Santos foram identificadas em todo o país 742 ravinas, tendo sido aprovado, em 2022, pelo Presidente angolano, João Lourenço, um programa de emergência.

O ministro sublinhou que estas ravinas colocam em risco a vida de pessoas e os investimentos públicos feitos pelo Estado, em vários domínios como o das infraestruturas, centralidades e habitação.

Segundo o governante, a prioridade neste programa, com uma execução próxima dos 40%, foi para as ravinas mais críticas, o que permitiu recuperar áreas para agricultura, desenvolvimento de minas, construção habitacional e outras.

Durante a cerimónia de lançamento do Quadro de Cooperação 2024-2028 entre o Governo angolano e a Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro solicitou apoio para a capacitação local de quadros com vista à contenção do problema na sua fase inicial.

“Se nós capacitarmos, a nível local, os órgãos da administração local do Estado em processos de identificação e de caracterização da formação de ravinas, e dotarmos esses mesmos órgãos de meios mínimos para que possa ser feita a contenção atempadamente e localmente, obviamente que estaremos em presença de uma redução muito grande deste fenómeno”, frisou.

O titular da pasta de Urbanismo e Habitação considerou necessária uma viragem na forma como tem sido tratado este programa, para que, a nível local, seja possível formar quadros e adquirir meios para fazer o estancamento de ravinas.

As províncias em situação mais crítica são Uíje, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Malanje e Cabinda.

O governante salientou que causas naturais e humanas levam a um quadro “grave de surgimento de ravinas“, para o qual contribuem o tipo de solo, chuvas intensas, devastação vegetal e soluções de drenagem.

“O fenómeno que se assiste hoje é grave, como vemos sempre pelas imagens – e nós que andamos pelo país todo – estamos com grandes problemas de poder, a nível nacional, ter as nossas estradas nacionais seguras, as pontes, as centralidades, os postos de alta tensão, os centros de captação de água e até os investimentos privados que as pessoas fazem, é uma preocupação”, disse.